antes e depois da posse

Divulgação/intervenção com o texto "ANTES E DEPOIS DA POSSE" (última página do "Coice de Mula" n.º 8)

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
Não lutaremos contra a corrupção.
Porque se há algo certo para nos, é que
A honestidade e a transparência são fundamentais
Para alcançar os nossos ideais.
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
As máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
A justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
Se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
Se termine com os caciques e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
As nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
Os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

O texto, escrito habilmente, denuncia a manipulação dos eleitores levada a cabo pelos políticos. Lido de cima para baixo surgem as propostas dos políticos. De baixo para cima, o que deveriam dizer, de facto.

Foi dado o texto a ler a transeuntes ou curiosos da acção no Marquês (com excepção de duas que eram conhecidas - durante o processo-, e de mais duas - no fim, para que este se completasse e se desse início ao debate relatado acima), sendo pedido a cada pessoa que concordasse com aquela denúncia que escolhesse uma linha do texto para a escrever num painel. No final todo o texto deveria ser completado e estar livre para leitura geral.


Verificou-se que o texto, tendo 21 linhas, exigiu a abordagem de 25 pessoas, havendo apenas quatro que recusaram escrever uma linha pela sua própria mão, o que significa uma altíssima taxa de pessoas a quem os políticos não merecem crédito.

Outra situação interessante e que merece reflexão é a de que entre os quatro que recusaram, três (entre as quais uma das duas conhecidas) eram pessoas da esfera de influência "comunista": um anti-fascista, cujo pai foi companheiro do Cunhal, um ex-dirigente sindical e um militante ou simpatizante.

Iniciativa proposta pelo Colectivo Hipátia para o "Marquês em Festa"

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