O sábado de acção contra a alienação do Bolhão começou por volta das 3 da manhã, quando cerca de dez saíram para colar duzentos Avisos à População. Na manhã seguinte, ao chegarmos ao Bolhão, pudemos testemunhar que a quase totalidade deles ainda estava onde tinha sido colada e que, como esperávamos que acontecesse, captava a atenção dos passantes.
Em frente à entrada da Rua Formosa, abriam-se duas mesas para a recolha de assinaturas duma petição que pretende impedir a demolição de todo o interior do mercado. A adesão superou as expectativas nais optimistas e não se exagerá se se disser que foram recolhidas centenas. Deu, ainda, para entender que para os portuenses, inclusivamente para algumas das pessoas que trabalham no Bolhão, a solução que representa a entrega desse espaço à empresa TCN não está clara. Muita gente sabe que vai ser "vendido a uns holandeses", mas muito pouca conhece os plano dessa malta dos países baixos.
À medida que se iam juntando, as vozes perdiam a timidez e soltavam-se em cantares feitos à medida. Da rua passou-se para dentro, circulamos, paramos, subimos e descemos escadas, atendemos a pedidos da zona do peixe, as vendedeiras ajudaram ao coro, de fora pediam que passássemos por determinada zona, assim o fizemos. Quando, finalmente, voltamos à Rua Formosa, já era perto da hora do fecho.
(Ver reportagem SIC)
Tempo ainda para um certeiro e bem humorado leilão da cidade do Porto, onde vários monumentos foram entregues à melhor oferta e à proposta mais criativa. Transformado o mercado do Bom Sucesso em praça de Touros e o pavilhão Rosa Mota e seus jardins em campo de golfe, a cidade que Rui Rio constrói promete.
Da jornada, retemos que é preciso voltar. Há falta de informação, há centenas de outras assinaturas a recolher, há, sobretudo, a promessa feita de que voltaríamos a quem nos disse que o que era preciso era estar ali todos os dias.
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